domingo, 20 de setembro de 2009

O Cristianismo!

No inicio do Alto Império surgiu no oriente, na Palestina, uma nova religião monoteísta: o Cristianismo. A Palestina, habitada pelos judeus, era um domínio do Império Romano. O Cristianismo se originou de outra religião monoteísta, o Judaísmo. Sob a influência da crença judaica na vinda do Messias. Os cristãos, ao contrário da maioria dos judeus, acreditava que o Messias anunciado pelos profetas já havia chegado a Terra e seu nome era Jesus.

*O SURGIMENTO E A EXPANÇÃO DO CRISTIANISMO

O nascimento do Cristianismo: a vida, a morte e os ensinamentos de Jesus. O Novo Testamento e os Evangelhos.

Jesus, também chamado Cristo (em grego, Messias), foi praticamente desconhecido em sua época. O q se sabe sobre ele está contido no Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia, onde os Evangelhos narram sua vida, paixão e morte.
Os evangelhos foram escritos por quatro apóstolos - Mateus, Marcos, Lucas e João - entre 70 e 90 da Era Cristã. Segundo eles, Jesus nasceu na cidade de Belém sitiada na Judéia, próxima a Jerusalém, durante o principado de Augusto. Sua juventude transcorreu na cidade de Nazaré, na religião da Galiléia. Jesus iniciou suas pregações religiosas aos 30 anos, no governo de Tibério. Ao cabo de três anos após reunir um pequeno grupo de discípulos, foi preso, julgado e condenado a morte, tendo sido crucificado no monte do Calvário.
Os ensinamentos de Jesus foram transmitidos pelos quatro apóstolos através da redação dos Evangelhos. A crença na existência de um só Deus, que enviou à terra seu filho unigênito. Jesus, para realizar aredenção dos homens, era o princípio fundamental do Cristianismo. A nova religião pregava, também, a igualdade entre os homens, o amor ao próximo, o perdão às ofensas e a humanidade de coração, cuja recompensa seria a conquista da vida eterna.


A difusão do Cristianismo, a obra dos apóstolos e a organização das primeiras igrejas cristãs.
A expansão do Cristianismo foi obra dos discípulos de Jesus, os apóstolos, que, através se suas pregações, difundiram o Cristianismo pelo mundo romano. Papel destacado no processo de difusão da nova religião tiveram os apóstolos Pedro, considerado o fundador da igreja Cristã e primeiro bispo de Roma, e Paulo, que realizou a conversão dos gentios. Ambos foram mortos pelos romanos no ano 64 da Era Cristã. Na fase inicial de sua expansão, o Cristianismo difundiu-se principalmente entre os escravos, os plebeus e as camadas populares do Império Romano.
No fim do século I, as comunidades cristãs organizaram as primeiras igrejas, tremo q se originou do grego “eclésia”, que significava assembléia ou reunião. Cada igreja era dirigida por um bispo que, por sua vez, era auxiliado por sacerdotes e diáconos. Com a expansão do Cristianismo, Roma na Itália, Antioquia na Síria, Corinto na Grécia, Alexandria no Egito, Cartago na África e Lyon na Gália transformaram-se nas principais igrejas cristãs do Império Romano.

*AS PERSEGUIÇÕES E O TRIUNFO
A fase inicial do Cristianismo foi marcada pelo seu surgimento como uma dissidência religiosa do Judaísmo, e pela sua difusão pelo mundo romano através da obra dos apóstolos. Veio depois uma nova fase, caracterizada pelas sangrentas perseguições movidas pelos imperadores, seguida o triunfo e da Oficialização do Cristianismo como religião do estado, já no fim do Império Romano. Essa ultima fase coincidiu, também, com a organização da Igreja através do estabelecimento da supremacia do bispo de Roma (papa) sobre os demais bispos do império, e da sistematização da doutrina cristã no Concílio de Nicéia.

Os conflitos entre o Estado e a Igreja, a rejeição do culto imperial e as perseguições do Cristianismo.
A repressão ao Cristianismo começou ainda no século I da Era Cristã, no governo da Dinastia Júlio-Claudiana. No ano de 64, o imperador Nero desencadeou a primeira perseguição ao Cristianismo, responsabilizando os cristãos pelo incêndio de Roma. Os séculos II e III foram marcados por novas perseguições ao Cristianismo, destacando-se, pela violência e crueldade, aquelas movidas pelos imperadores Décio e Valeriano. A Última das grandes perseguições ocorreu entre 303 e 311, no governo de Diocleciano. A causa principal dessas sangrentas perseguições se devia em última instância, ao caráter monoteísta do Cristianismo. Baseado na crença da existência de um único Deus, os cristãos se recusavam a reconhecer os deuses oficiais do politeísmo romano, e se negavam a prestar o culto imperial, que consistia na adoração dos imperadores como verdadeiros deuses. Conferindo as Césares uma condição divina, o culto imperial era a legitimação religiosa do depotismo dos soberanos, e sua contestação tinha um cunho revolucionário, já que atentava contra a própria estabilidade do poder político do Império Romano. Num império onde o poder tinha um caráter político e religioso, a crítica dos cristãos ao culto imperial era encarada pelas autoridades como um ato de subversão passível de punição como crime.

A tolerância religiosa, a interdição aos cultos pagãos e a oficialização da religião cristã.
As perseguições movidas pelos imperadores visavam enfraquecer o Cristianismo e reduzir o número de seus adeptos. Entretanto, o exemplo dos mártires contribuiu para fortalecer a coesão das comunidades cristãs e para a aceitação do Cristianismo pelas camadas populares. No inicio do século IV, o Cristianismo se tornara, de fato,a religião majoritária do Império Romano, e ganhara, inclusive, a adesão de vários setores das chamadas dominantes. Sua aceitação pelos segmentos mais ricos e influentes da sociedade romana lhe facilitou o triunfo final. Em313, o imperador Constantino publicou o Edito de Milão, instaurando a tolerância religiosa e a liberdade de culto para os cristãos. O Cristianismo deixava de ser perseguido e era reconhecido como uma das diversas religiões existentes, cujas práticas eram toleradas no Império Romano.
Em325, Constantino convocou uma assembléia de bispos, o Concílio do Nicéia, cujo objetivo era solucionar as rivalidades religiosas entre as duas principais seitas cristãs, os arianos e os atanasianos. O Concílio de Nicéia aceitou como ortodoxia (doutrina certa) a concepção religiosa do bispo Atanácio, condenando como herecia (doutrina errada) a concepção de Ário, bispo de Alexandria. Em Nicéia foi estabelecida, de forma sistemática, e pela primeira vez, a doutrina oficial da igreja, conhecida como profiçao de fé ou Credo. Finalmente, em 391, um edito do imperador Teodósio decretou a proibição de todos os cultos pagãos e elevou o Cristianismo à religião oficial do império Romano.

A organização da igreja, a formação da hierarquia eclesiástica e o surgimento do Papado.
Como o triunfo do Cristianismo, a organização da Igreja passou por uma série de mudanças, através de um processo de centralização da autoridade religiosa, que culminou com o estabelecimento da hierarquia do clero e do surgimento do Papado. Cada província do império teve seu território dividido em unidades administrativas de caráter religioso, conhecidas como dioceses. As diversas igrejas que integravam uma diocese, com seus sacerdotes e fiéis, subordinavam-se à autoridade religiosa de um bispo. Os bispos de casa província, por sua vez, subordinavam-se à autoridade do bispo da capital provincial, intitulado bispo metropolitano ou arcebispo. Os bispos das principais metrópoles do império ― Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria ― detinham maior soma de autoridades e se intitulavam patriarcas. Definia-se, assim, a hierarquia da Igreja que, do vértice para a base, era formada por patriarcas, bispos metropolitanos, bispos e sacerdotes.
O processo de centralização do poder eclesiástico se completou no século V, com o fortalecimento do Papado, através da teoria da supremacia do bispo de Roma sobre os demais bispos do império. Segundo essa teoria, o apóstolo Pedro foi o fundador da igreja cristã e o primeiro bispo de Roma. Como bispo de Roma e sucessor de São Pedro, o papa herdara deste apóstolo a chefia da Igreja, e sua autoridade espiritual deveria ser acatada e reconhecida por todos os bispos do império. A supremacia da autoridade do Papado adquiriu base legal em 455, quando um edito do imperador Valentiniano III ordenou a subordinação dos bispos à autoridade do papa. Esse decreto imperial consolidou a autoridade do Papado e coroou o processo de centralização do poder religioso no seio da Igreja.


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